quinta-feira, 10 de maio de 2012

Albergues

"Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, é porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra! Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha e não nos deixa só porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida é a prova de que as pessoas não se encontram por acaso."



Esse é um tema importante e que faz a diferença em toda a caminhada. ter em mãos um bom e atualizado guia vai ajudar muito na escolha e descrição dos albergues em cada etapa.

A primeira coisa que temos que obeservar é o orçamento disponível para a hospedagem. Depois a questão do conforto, da facilidade e a melhor parte que é a de convivência e entrosamento com os demais peregrinos.
Em relação aos custos, a minha experiência mostrou que vale sim e muito! Pagamos nos algbergues em que fiquei de 5 a 10 Euros, uma média de 8 Euros por dia, com direito a cama limpa com lençóis de tecido ou descartáveis, banho quente, mantas e em alguns casos aquecimento. A maioria deles dispõe de cozinha sem custo algum! Muitos  disponibilizam internet a custo de 1 a 2 Euros por hora. Lavadoras de roupas e secadoras também são importantes, mas o custo não é barato, em média de 8 Euros no total. O peregrino também pode lavar as roupas em locais adequados ( tanque) e deixar secando no varal, ou então usar somente a secadora. De qualquer forma, ter roupas limpas para começar o dia é muito melhor! 



Café da manhã Albergue em Léon


Nós aprendemos muito rapidamente a escolher um bom albergue, apesar de nem sempre isso ser possível. Como estava muito frio, a primeira pergunta que fazíamos era sobre o aquecimento e disponibilidade de mantas, depois verificávamos se tinha cozinha, internet, lavadora etc, dependendo da nossa necessidade. Geralmente pedíamos para conhecer o albergue antes de decidirmos e isso é totalmente possível. Em algumas cidades ou vilarejos ñão existem muitas opçõies, portanto se quiser permanecer no local tem que ficar no albergue disponível.



Albergue Municipal em San Martin del Camino, não tinha aquecimento e passamos frio a noite

Eu e a Daniele tivemos muita sorte nesse ponto. A grande maioria dos albergues eram muito bons. É claro que a época do ano ajudou muito, pois não haviam muitos peregrinos no Caminho. Nas épocas de verão, na alta temporada, tudo fica mais difícil, os albergues ficam lotados! E muitos peregrinos percorrem seus trechos de caminhada em certa velocidade para chegarem cedo nos albergues e garantir o lugar! Nesse ponto nós ficaríamos sempre sem vaga, pois nossa caminhada é mais lenta e tranquila.
Alguns albergues realmente nos surpreenderam em questão de espaço e conforto. Outros na atenção dos hospitaleiros fazendo com que o peregrino se sentisse à vontade. Outros por facilitar a convivência disponibilizando área comum para convívio, cozinha espaçosa, etc. Em alguns albergues servem café da manhã mediante pagamento que varia de 2 a 4 Euros, é uma facilidade para o peregrino, que não precisa se preocupar com a alimentação antes de sair para sua caminhada.
Existem os albergues públicos e os privados.
Os albergues públicos são mais baratos, desde 5 Euros até uma doação voluntária, que pode ser uma moeda o que atrai mais peregrinos. Os privados são um pouco mais caros, entre 8 e 10 Euros, geralmente possuem mais comodidades como correio, internet, telefone público, lençóis, mantas, banheiros mais limpos e prédio bem cuidado. Alguns disponibilizam sabonete líquido e toalhas de papel nos banheiros.




Daniele usando a internet, praticamente dentro do armário!

Mas o mais importante em tudo isso é a convivência com as pessoas, que independente do local ou conforto é sempre positiva. Conhecemos pessoas de diferentes locais, diferentes idades e o mesmo objetivo. A convivência é rápida e momentânea, nem sempre sabemos o nome ou de onde são, cada um deixa um pouco de sí e leva um pouquinho dos outros também. A solidariedade é importante, divide-se o espaço, o banheiro, a comida, os remédios e informações, experiências e parte da vida.


 

Com Juan, boliviano que trabalha no albergue

Conhecemos alguns peregrinos que não se utilizavam dos albergues, preferiam passar a noite em Hostal, que são hotéis mais simples e que disponibilizam suítes individuais. Eu e a Dani estávamos com abertura para, em algum momento ficarmos em algum desses Hostais no Caminho, mas não ficamos. Nos adaptamos muito bem na rotina de procurar albergues e aceitar principalmente o que eles nos ofereciam, e foi muito bom!



Quarto do albergue em Ponferrada


Outra dica que procurávamos seguir era de nas cidades maiores procurarmos albergues mais no centro da cidade, pois ficaria mais próximo de farmácias e supermercados além de no dia seguinte estarmos mais próximos da saída para o Caminho.
Em Villafranca del Biezo, ficamos no Albergue da Pedra, onde fomos recebidas por Conan, um Golden Retriver muito manso, o albergue é privado, está instalado numa casa grudada numa grande pedra e o quarto ficava no terceiro andar! O banheiro e a cozinha no segundo piso, a internet no primeiro. Imaginem ficar subindo e descendo as escadas depois de um dia inteiro de caminhada! Mas apesar disso o albergue era muito bom, espaçoso, com banheiros limpos e privativos.
Nesse dia resolvemos cozinhar, mas não foi preciso, uma família de italianos nos ofereceu no jantar uma pasta ao pomodori e outros peregrinos o vinho  que devoramos, não sei se estava deliciosa ou a nossa fome era mesmo grande!




Descansando no albergue A Pedra


Dani se alongando no albergue A Pedra

Alguns albergues não aceitam bicigrinos, pois não possuem lugar para guardar as bicicletas, outros não aceitam cães, mas todos aceitam peregrinos. os peregrinos tem prtoridade nos albergues, pois entende-se que esses realizam maiores esforços durante a jornada.



 Quarto no Albergue As Irmãs Carbalajas em Léon

A cidade de Sárria é a que mais possui albergues em todo o caminho, isso porque é o ponto em que faltam somente 100 Km para chegar a Santiago, e assim, muitas pessoas iniciam seu caminho aqui. A cidade é bem bonita e agradável. Escolhemos um albergue pequeno, familiar e bem localizado. Muito bom! Nesse dia, procuramos um local para a refeição do dia, porém os restaurantes só serviam o almoço até as 15:30 hs e o jantar a partir das 20:00hs, resultado: não encontramos nada para comer além de café com madalenas! Então resolvemos cozinhar e foi a melhor coisa que fizemos! No supermercado compramos os ingredientes para uma pasta a bolonhesa, com direito a vinho tinto e de sobremesa morangos com chantily! A fome era tanta que devoramos tudo!




Cozinhando


Café da manhã em San Martin




Aconchego junto a lareira, os brasileiros tem mais frio!





Primeiros socorros, tem em todo albergue, além de gelo



Dani com a funcionária do albergue em frente a lareira que serviu para secar nossas roupas



ULTREYA!

Um comentário:

  1. A decisão de vocês preferirem os albergues ao Hostal foi muito nobre, pois mostra a verdadeira razão de fazerem o Caminho de Santiago. Como o CISV sempre nos ensinou, conviver com as diferenças é a melhor forma de nos tornarmos pessoas melhores e foi exatamente isso que vocês colocaram em prática durante o caminho. Parabéns Célia e Dani!
    Bete Pasinato

    ResponderExcluir