"Uma coisa é você achar que está no caminho certo, outra é achar que o seu caminho é o único. Nunca podemos julgar a vida dos outros, porque cada um sabe da sua própria dor e renúncia..."
Paulo Coelho
Esta obrigação estava de certa forma arraigada na idéia de que se dizia que a Via Láctea era constituída de almas que faziam a peregrinação após a morte, já enquanto estrelas nos seus corpos espirituais.
Era boa esta consciência que quase obrigava e propulsionava os que morriam sem lá ter ido a partirem nos seus corpos espirituais e enquanto almas dos “mortos” peregrinarem na Via Láctea. Mas para muitos povos a tradição é que a Via Láctea era o caminho das almas para chegarem ao outro mundo, ou mesmo os mundos celestiais. Dessa forma, todas as pessoas de um jeito ou de outro faz a Peregrinação a Santiago de Compostela, o que pode ser um alento para aquelas que não se vêem em condições de ir. A fé os move, inspira e impulsiona.
Nesta semana estou muito Paulo Coelho, que apesar de ser severamente criticado pelos intelectuais de plantão, arrasta multidões com sua obra e consegue falar com linguagem simples e comunicar-se com muita facilidade com pessoas do mundo todo.
A frase acima tem uma profundidade extrema e até agora eu não consegui chegar a conclusão alguma. Tá legal, saber que está no caminho certo já é uma grande caminhada, mas não podemos pensar que o caminho é o único, temos muitos caminhos a seguir, alguns são os certos e outros não tanto. O importante é experimentar e verificar qual deles toca o nosso íntimo, o coração, de verdade. Fé e caminho são idéias unidas no ato de peregrinar. Não é possível seguir o Caminho de Santiago sem antes ter se tornado parte dele. Muito mais significante e importante do que chegar a algum lugar é simplesmente estar no Caminho. E sempre, fazê-lo com fé, seguir numa única direção, buscando o Deus que vive em cada um de nós. Para mim peregrinar é isso.
Peregrinar com fé. Lia e Dani.
Uma coisa que me chama muito a atenção no Caminho de Santiago é que teremos a Via Láctea sobre nossas cabeças o tempo todo. Sim, porque ela está ali, sob o céu da Espanha a nos observar, guiar, cuidar e zelar por todo o tempo.
Dizem as tradições portuguesas sobre essa peregrinação, através de um provérbio-poema no mínimo interessante que diz:
"Santiago de Galizia
É um cavaleiro forte,
Quem ali não for em vida,
Há-de ir lá depois da morte".
Esta obrigação estava de certa forma arraigada na idéia de que se dizia que a Via Láctea era constituída de almas que faziam a peregrinação após a morte, já enquanto estrelas nos seus corpos espirituais.
Era boa esta consciência que quase obrigava e propulsionava os que morriam sem lá ter ido a partirem nos seus corpos espirituais e enquanto almas dos “mortos” peregrinarem na Via Láctea. Mas para muitos povos a tradição é que a Via Láctea era o caminho das almas para chegarem ao outro mundo, ou mesmo os mundos celestiais. Dessa forma, todas as pessoas de um jeito ou de outro faz a Peregrinação a Santiago de Compostela, o que pode ser um alento para aquelas que não se vêem em condições de ir. A fé os move, inspira e impulsiona.
A cultura popular é bastanbte interessante, e tem a função de deixar "legados" aos povos que através deles cultuam a fé e as tradições mantendo-as e criando rituais de passagem as novas gerações, fazendo assim que nunca deixe de existir.
Que linda é a Via Láctea!
Para homenagear a Via láctea me lembrei dessa poesia de Olavo Bilac, certamente vocês já a ouviram em algum lugar.
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o Senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto
e abro as janelas, pálido de espanto ...
Perdeste o Senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto
e abro as janelas, pálido de espanto ...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender Estrelas."
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender Estrelas."
Olavo Bilac
Via-Láctea - Soneto XIII
Via-Láctea - Soneto XIII
Olavo Bilac
Ultreya!
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