Já em casa, após alguns dias de descanso e passeio na Espanha, começo a refletir sobre essa avalanche que se passou comigo.
No CISV, os programas que desenvolvemos para os jovens acontecem com tanta intensidade, e tem a unicidade tal que nunca mais se repetirão da mesma maneira, nada experiência, cada vivência, cada momento são únicos na sua forma. Nossos filhos passam por uma experiência tão magnifica que quando retornam demoram alguns dias para processar tudo o que aconteceu, a isso chamamos de "choque do retorno", e pude agora comprovar que ele existe de verdade!
O Caminho se apresentou para mim como um grande amigo, como escreveu minha amiga Lia Botacini:
" quase um grande amigo a sua espera (...), que esse caminho te receba de braços abertos, para um abraço firme, longo e aconchegante (...)"
Dia lindo de céu azul
E foi assim mesmo que ele se apresentou, como um grande amigo, bom e cheio de novidades para contar. Eu me senti mesmo em casa, como que se já o conhecesse, como se não houvesse mistérios a descobrir, cada curva, cada pedra, cada riacho, cada árvore já me eram familiares, fiquei a vontade para aproveitar e apreciar cada momento. Posso dizer que nós aproveitamos cada pequeno espaço e cada momento da nossa caminhada.
E para que o aproveitamento fosse o maior possível, o nosso ritmo foi lento, tiramos perto de 5000 fotos e fizemos alguns filmes, olhamos as paisagens, a natureza, conhecemos pessoas, observamos os campesinos em seu trabalho, procuramos o alimento para o corpo, alma e espírito.
Ganhamos muitos presentes: a chuva, o vento, a neve, o arco-íris, as cegonhas, os cachorros, os gatos, as vacas, ovelhas, patos, os pássaros, a água dos rios, as pedras, as árvores, as flores as pessoas. Tudo bem planejado e previsto pelo Criador. Aceitamos tudo com o coração aberto, aproveitamos a beleza da forma como se apresentava e ficamos gratas pela oportunidade.
Foi uma honra e um privilégio percorrer aqueles caminhos. Sagrado Caminho. O Caminho é mesmo como a vida da gente, cheio de curvas, pedras, subidas e descidas. Muitas vezes para chegar num ponto distante é preciso contornar uma montanha ou atravessar um rio. Podemos passar correndo ou caminhar lentamente apreciando cada momento.
Não é preciso percorrer O Caminho de Santiago para perceber isso, é muito nítido, claro, cristalino. Mas fazer a peregrinação faz com que tudo fique mais claro e mais concreto.
A peregrinação pode ser feita aqui mesmo, em casa, num canto qualquer, desde que seja feito com o coração aberto. Percorrer caminhos é crescer, é ver a vida com bons olhos e saber ser grato por cada momento. O Caminho da vida não tem setas, não há indicações, talvez seja essa a diferença.
Ainda há muito o que falar. Coisas interessantes para conhecerem, pessoas a serem apresentadas. E assim, meu caminho continua. Aguardem novos posts!
Mais uma vez, obrigada pelos comentários, vocês fizeram O Caminho comigo!
ULTREYA!