segunda-feira, 9 de abril de 2012

Enfim, O Cebreiro

Tao comentado prlos peregrinos, a subida do Cebreiro também nos assustava. Afinal, 28 KM num dia sendo que 9 deles de subida é mesmo de assustar.

Eu e Daniele decidimos que faríamos essa etapa mesmo num só dia. Nos conscientizamos que seria dura e difícil e resolvemos enfrentar. Muitos peregrinos preferem passar a noite "aos pés" do Cebreiro e enfrentar a subida no dia seguinte pela manha. Muita gente nos desencorajou, pessoas dos vilarejos tentando nos vender mais um cajado dizendo que seria necessário para a subida, passamos no Albergue do Brasileiro para uma visita, ele também nos desencorajou a subí-lo no período da arde. Mas lá foram as duas peregrinas a desafiar a montanha. 
A primeira subida já é assustadora, mas para quem já tinha caminhado no Caminho da Fé ( quem conhece sabe o que estou dizendo), até que estava tranquila. Porém, as subidas íngremes se seguem, o Caminho se apresenta com muitas pedras, barro e pastores com suas vacas e caes que nos obrigava ma ceder espaco. Conseguimos vencer a etapa com muito esforco, mas com alegria e lancando mao da nossa terapia do grito. Tivemos sorte, pois o tempo estava ótimo com sol e calor. Enfim, chegamos no Domingo de Páscoa!





 A subida


O lugar é maravilhoso, lindo! Tiramos muitas fotos. Chegamos ao Ceberiro as 18:00hs depois de 8 horas de caminhada, o povoado é deslumbrante, parece que estamos num filme do século X, tudo por lá é Celta.  Ruazinhas estreitas, pessoas caminhando tranquilas. A primeira coisa que fizemos foi a visita a Igreja, onde aconteceu o Santo Milagre.





A Igreja



"Um aldeao, enfrentou a neve para assistir a missa na igreja. O Padre, desconfiado da fé desse homem, pensou que teria ido a missa somente para comer o pao e beber o vinho. No momento da consagracao, o pao se transformou em carne e o vinho em sangue, nesse momento a imagem de Nossa Senhora abaixou a cabeca em sinal de respeito."

Os corpos do aldeao e de padre estao enterrados na igreja, bem como podemos ver o Cálice e a Paáena utilizados na missa.
Fomos recebidos na igreja por um Frei, que carimbou nossas credenciais. Acendemos velas e rezamos. Daniele acendeu ainda a vela dos Milagres, que será colocada no altar ao lado do Cálice. Nos emocionamos muito nesse lugar. Sao Francisco de Assis também passou por esta Igreja em sua caminhada.

Recomendo para quem quiser conhecer, há muitos turistas por lá!

Haha!! Huhu!! O Cebreiro é nosso!!!

09/04

A etapa de hoje foi mais "leve", 22 KM com ótimo tempo. Saímos do Cebreiro ae Triacastela, a cidade dos três castelos, tivemos uma grande subida, daquelas de tirar o folego, mas muitas descidas. Na caminhada a descida é tao difícil quanto a subida, pois a mochila nos empurra para baixo e fazemos muito mais forca nos joelhos. Já passamos da metade da nossa caminhada. Agora só faltam 130KM para Santiago. Cada vez mais perto!






Triacastela




Enfim, chegamos bem. Conhecemos 4 brasileiros de Taubaté que comecaram a caminhada ontem no Cebreiro e pretendem chegar a Santiago neste domingo.

Agora é descansar pois amanha tem mais!!

Muitas saudades!!

ULTREYA!

7 comentários:

  1. Celinha, que coragem!!! To orgulhosa de vcs!!! Bjs Roberta

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  2. "Andar com fé eu vou, a fé não costuma faiar ..."
    Esta saga com novos capítulos está demais. Parabéns.

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  3. Oi meninas, se cuidem, abraços, fe e coragem, beijo pra dani

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  4. Cé,

    O "Cebreiro" tem lendas, veja essa:

    "O MILAGRE DO SANTO GRAAL NO CEBREIRO

    Não podemos deixar de aqui nos referirmos ao “Cebreiro”, é um dos lugares emblemático do Caminho de Santiago, está situado a mais de 1293m de altitude e tem sido um dos pontos que vem prestando assistência aos peregrinos desde de tempos remotos. Documentos históricos informam que Alfonso VI, em 1072, confiou a direção do Monastério existente naquela época, aos monges franceses da Abadia de San Giraldo d`Aurillac, que posteriormente passou às mãos dos Beneditinos que a administraram até a Desamortização.
    No Cebreiro, além das “pallozas”, se destaca um simples e primitivo templo de “Santa María la Real”, resto do Monastério, de característica preromânica. Na data de oito de setembro comemora-se o famoso “Milagro del Cebreiro”. Naquele local quando chega o inverno, a neve faz desaparecer o Caminho e um manto branco confunde o pueblo com as colinas brancas que o rodeia.

    Conta à lenda, que em um dia de muita neve e tormenta, um camponês do pequeno pueblo de Barxamayor, subiu com grande sacrifício e perigo devido ao forte temporal que caia, até o alto do Cebreiro para orar a Santa Missa. Um monge leva a cabo a celebração da missa, no entanto fazendo-a com pouca fé, ademais depreciando o sacrifício do camponês única pessoa presente. No instante da Consagração, murmura:

    “! A qué vendrá éste, con semejante tempestad, si sólo se trata de ver un pedazo de pan y un poco de vino!”, nesse estante a hóstia e o vinho se converteram em Carne e Sangue visíveis a ambos, que permaneceu durante muito tempo sobre o altar. Os peregrinos divulgaram este milagre por toda a Europa. Os anônimos protagonistas desse milagre, o camponês devoto de Barxamayor e o incrédulo celebrante estão enterrados na mesma Capela dos Milagres.


    O autor em frente ao altar com o cálice no Cebreiro
    Atualmente ainda se conserva naquele local o cálice do milagre uma jóia românica do século XII, junto com o relicário que, em 1486, os Reis Católicos doaram quando lá chegaram para contemplar o milagre.

    A tradição relaciona também o cálice com o Santo Graal das lendas medievais, se trata do último copo da Última Ceia, recolhido por José de Arimatéia e insistentemente procurado pelos cavaleiros da Távola Redonda encabeçados pelo rei Arthur. Neste cálice, José de Arimatea recolheu o sangue de Cristo na Cruz. A lenda informa que o famoso cálice “se encontra em uma inacessível montanha a oeste da Espanha gótica”. Desde o século XV, o símbolo do Santo Graal aparece no escudo da Galicia. O Graal representa o símbolo da pureza moral e da fé triunfante dos heróis cavaleiros e a caridade a serviço dos mais altos ideais do cristianismo."

    fonte: http://www.caminhodesantiago.com/walter/lendas/cebreiro.htm

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  5. E mais:

    "O trecho galego do Caminho Francês começa na aldeia de O Cebreiro, uma aldeia de orige pre-histórico situada a 1300 m de altitude, entre as serras de O Courel e Os Ancares.
    Desde a albergaria de O Cebreiro podem-se tomar dois rotas, um sendeiro que sae desde a mesma porta para riba à direita, ou bem o caminho original, baixando atè a estrada geral e sguindo por ela atè Liñares (uns 3 km).
    Uma vez em Liñares colhe-se a rota assinalada para a esquerda, subindo por entre as casas atè a igreja românica. Hai que tomar após o primeiro sendeiro pedregoso assinalado para a esquerda e começar a ascender sobre Os Ancares. Após de uma série de subidas e baixadas pronunciadas, chega-se ao alto de San Roque (1.270 metros) onde se encontra uma estátua de um peregrino oteando o vale.
    Desde este ponto, os sinais conduzem em paralelo à estrada atè Hospital da Condesa. A entrada no povo realiz-se pela esquerda, seguindo após pelo desvio da direita. No povo, do que destaca sua calçada de pedra, hai uma albergaria.
    À saida de Hospital encontra-se uma preciosa igreja das típicas da zona, de pedra e um austero estilo românico. Seguindo o caminho marcado (continuamente aparecem setas amarelas e cada 500 metros mojones que indicam a distância a Santiago) chega-se à estrada para caminhar junto à borda, atravessando dois pequenos arroios antes de tomar um desvio à direita.
    Continua a rota por uma pista meio asfaltada paralela ao arroio. Toma-se um desvio à esquerda e, sem desviar-se desta estradinha asfaltada, faz-se entrada em O Padornelo. Passada a igreja de San Juan, com seu campanário e sua fonte, os sinais conduzem a um caminho de pedra que discorre em empinada costa ao alto de Poio, o ponto mais alto do Caminho Francês. Desde lá continua-se pela estrada a mão direita, colhendo um caminho paralelo que está assinalado até Fonfría.
    Na saida de Fonfría o caminho divide-se em três, devendo continuar pelo meio, pelo caminho de piçarra que desemboca na estrada, justo no começo do município de Triacastela. Após uns poucos metros pelo asfalto, el caminho mete-se à direita para uma pista que atravessa a estrada e continua recto até Biduedo. Lá sae-se pela esquerda e após por um caminho desde o que se divissa uma espectacular panorámica da serra de O Courel e em concreto do Monte Caldeirón.
    O Caminho prossegue baixando por sendas pedregosas até chegar à entrada a Filloval, onde é preciso torcer à esquerda e ir seguindo os sinas até Pasantes e, desde lá, a Triacastela e sua albergaria.
    Curiosidades:
    Chegando a Triacastela muitos peregrinos colhiam uma pedra de uma canteira situada nesta zona e a transportavam até Castañeda, paróquia próxima a Arzúa. Lá deixavam-a no forno de cal que trabalhava para a obra da catedral compostelá, de jeito que cada pessoa que chegava realizava a sua contribuição pessoal à construção do templo."

    fonte:http://camino.xacobeo.es/pt-pt/etapas/o-cebreiro-triacastela

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  6. Celia, parabéns pela jornada... Que vocês retornem renovadas, renascidas, tocadas pela experiência... Abraços, boa sorte!!!
    Ana dos Lobos

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